O sistema da corrente de distribuição, que estabelece a ligação entre a árvore de cames e a cambota, acionando os restantes componentes para o funcionamento do motor, foi colocado à prova durante muitos anos por vários fabricantes, em particular pela BMW. Contudo, alguns motores são bastante conhecidos devido à sua falha. O N47 é um deles.
Neste artigo, investigamos um exemplo de uma corrente instalada num BMW E61 520d. O veículo tinha percorrido 180.000 km e, de repente, o motor parou devido a uma falha na corrente de distribuição.
A corrente de distribuição encontra-se localizada na parte traseira do motor, junto da transmissão e, portanto, é necessário remover o motor para permitir o acesso e investigar a possível falha.
Após a remoção do motor, a tampa de válvulas foi retirada para verificar a existência de danos. A corrente da árvore de cames não estava visível e, após inspeção, estava localizada na parte inferior da zona da distribuição. Verificou-se que cinco martelos das válvulas estavam partidos.
O suporte de fixação das árvore de cames sofreu danos significativos, revelando que os componentes de distribuição do motor foram submetidos a uma força de torção significativa (Figura 1).
Com a cambota bloqueada na posição, a embraiagem, o volante e o cárter foram, também, removidos para análise. Após a remoção da tampa da distribuição, foram revelados mais danos.
A corrente superior apresentava um elo partido, o carreto da bomba de injeção de combustível apresentava dentes partidos e a guia móvel da corrente inferior também estava partida (Figura 2).
Este é o exemplo típico de uma falha na corrente no motor N47. Foi ainda necessário realizar uma inspeção completa ao motor, de modo a verificar se existiam mais danos. Neste caso, a árvore de cames de admissão estava bloqueada, esteve sujeita a forças excessivas e não encaixava corretamente nos moentes, sendo necessária a substituição.
Considerando os danos já identificados, foi necessário verificar se as válvulas de admissão e escape não colidiram com os pistões. A cabeça do motor foi removida e as válvulas foram analisadas, não tendo sido encontrados problemas, o que permitiu concluir que as válvulas não entraram em contacto com os pistões.
Após uma análise completa ao motor, todas as peças danificadas foram avaliadas quanto a uma substituição. Ao substituir uma corrente de distribuição, é fundamental que todos os componentes sejam substituídos sem exceção.
A falha na substituição de determinados componentes pode levar a sérias consequências durante o funcionamento do motor. O kit de corrente de distribuição SWAG 20 10 2040 para este motor inclui todas as peças necessárias para a reparação.
O kit inclui as correntes superior e inferior, guias, tensores e carretos para a bomba de injeção e árvore de cames, mas, também, o injetor do óleo para a lubrificação da corrente inferior.
Este kit corresponde aos mais recentes desenvolvimentos técnicos, de modo a impedir que a corrente ceda novamente. O kit dispõe de uma versão atualizada das guias e uma corrente com revestimento TRITAN. O revestimento melhora as propriedades de atrito para reduzir o desgaste e otimizar o consumo de combustível.
A cabeça do motor foi preparada para uma reinstalação com um novo suporte de fixação das árvore de cames, nova árvore de cames e novos martelos de válvulas (SWAG 20 93 0132). Nota: o aperto dos parafusos do suporte não deve exceder os 20 Nm e é importante garantir que os moentes das árvore de cames sejam lubrificados antes da instalação. A cabeça do motor foi reinstalada no bloco, utilizando parafusos novos (SWAG 20 93 9805).
De seguida, o sincronismo da árvore de cames e da cambota foi verificado, um parâmetro vital para a correta operação do motor. Os carretos da árvore de cames dispõem de marcas de alinhamento, que devem ser posicionadas frente a frente e paralelas à cabeça do motor (Figura 3).
A cambota é bloqueada através de um pino aplicado no bloco que vai conectar ao volante do motor, mas que, nesta fase, se encontra removido e que recomendamos que seja reinstalado, temporariamente, para verificar a posição da cambota.
Em primeiro lugar, a corrente inferior foi instalada em conjunto com o novo carreto da bomba de injeção e, em seguida, foram instaladas as guias com os respetivos parafusos.
O tensor hidráulico foi instalado, garantindo que todas as superfícies de contacto com o bloco do motor estavam limpas antes da montagem. A corrente e carreto da bomba de óleo foram instalados, tendo em conta a posição de montagem.
A corrente superior foi instalada desde o carreto da bomba de injeção até ao carreto da árvore de cames de admissão. A guia da corrente superior pode ser instalada, aplicando cola de roscas nos parafusos para garantir que estes não desapertam durante o funcionamento.
Uma vez que todas as correntes foram corretamente instaladas, o pino de bloqueio do tensor hidráulico da corrente inferior foi retirado. Com todas as correntes na posição e o volante bloqueado na posição, o sincronismo foi verificado através das marcações presentes na cabeça do motor.
Como tudo estava correto, o carreto da árvore de cames foi apertado com os três parafusos de fixação. Se o alinhamento não estiver correto, pode sempre ser corrigido rodando a árvore de cames de escape com uma chave de bocas de 32 mm. Em seguida, verifique o carreto da bomba de injeção de combustível quanto ao correto aperto.
A montagem do kit de corrente de distribuição SWAG 20 10 2040 foi finalizada, o motor foi rodado à mão várias vezes para verificar se roda livremente (Figura 4).
A tampa da distribuição foi reinstalada juntamente com a junta e o retentor da cambota novos. Uma vez instalada a distribuição, os restantes componentes foram instalados novamente antes de colocar o motor de volta no compartimento.
Com o motor instalado no compartimento, o filtro de óleo foi substituído e o motor foi atestado com óleo novo. Mudanças regulares do óleo e filtro são vitais para uma vida útil prolongada de todos os componentes do motor e, em especial, a corrente de distribuição, uma vez que o seu funcionamento assenta na constante e eficaz lubrificação.
Com o motor instalado e o sistema de refrigeração atestado com anticongelante novo, o motor foi iniciado e foi feita a verificação quanto a fugas e, também, à operação correta. O veículo foi testado na estrada a fim de verificar o seu desempenho e mostrou-se preparado para percorrer mais quilómetros.
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